10.8.13

LAMENTAÇÕES DE UM PROFETA

     Lamentações de um profeta - Lam. 1:1-12
     “Bom é ter esperança e aguardar em silêncio a salvação do Senhor.” Lm. 3:26.
     O profeta Jeremias exprimiu seus mais profundos sentimentos de tristeza através das lamentações. Era tomado por fortes emoções por causa do que estava acontecendo com seu povo, consigo mesmo e com a cidade de Jerusalém. Nacionalista, filho de sacerdote, viveu solteiro por uma ordem do Senhor, Jr. 16:1-4. Participou ativamente da história de seu povo. O profeta queria que seus conterrâneos mudassem de atitude, pensamento e propósito para que o cativeiro não ocorresse, mas, como não houve alterações de comportamento, as consequências foram drásticas.
I - O LAMENTO POR JERUSALÉM: “A FILHA DE SIÃO” 1:6
     Em suas lamentações, o profeta faz uma queixa acompanhada de gemidos e de gritos que expressam sua tristeza. Fala de Jerusalém, que outrora fora grande entre as nações e princesa entre as províncias, mas que agora estava totalmente solitária, 1:1. A glória de Jerusalém e a inspiração que ela trazia haviam acabado; a beleza da cidade deixara de existir. Era como uma pessoa despida, 1;8. Jeremias queria fazer o povo entender que essa situação tinha uma só causa: O pecado. A “Filha de Sião”, que era tão amada, sofre amargas situações:
     a) Tornou-se como viúva, 1:1. A referência à viuvez era para falar da profunda solidão e desespero. O profeta usa a ilustração de uma mulher roubada de seus filhos e marido, com o fim de demonstrar comparativamente o sentimento de dor dos habitantes de Jerusalém.
    b) Os caminhos foram abandonados, 1:4. As estradas que levavam a Jerusalém, antes cheias de peregrinos que iam para o templo a fim de participar das festas, agora estavam completamente desertas.
    c) As portas estavam desoladas, 1:4. As cidades antigas eram muradas. As portas eram locais de grande movimentação humana; nesse local os mercadores se reuniam para vender seus produtos; ali também o governante pronunciava justiça, Dt. 21:19 e II Sm. 18:24. Agora as portas de Jerusalém estavam desoladas.
    d) Perdeu a sua glória, 1:6. Jerusalém tinha duas glórias: uma era Glória de Deus e outra a dos próprios habitantes da cidade, que a achavam intocável. Por isso Deus permitiu que fosse destruída, pois a Glória do Senhor já havia saído havia muito tempo.
     e) O santuário foi destruído, 1:10. O templo fora saqueado. Os habitantes de Jerusalém viram os gentios entrarem no santuário, profanando-o.
II – O LAMENTO PELO POVO: OS “FILHOS DE SIÃO”.
     O povo de Judá estava entristecido; “Sentados em terra se acham, silenciosos, os anciãos da filha de Sião; lançam pó no ar sobre as cabeças, cingidos de cílios, as virgens de Jerusalém abaixam as cabeças até o chão”, 2:10. O povo não demonstra arrependimento quando cometera seus graves pecados, mas agora estava numa situação de profunda angustia, colhendo o fruto de sua semeadura, Gl. 6:7. Vejamos que tipos de pecados foram cometidos:
     a) Rejeição á palavra do profeta, 3: 62. Jeremias não falava para ofender seus ouvintes, mas para orientá-los. Como a mensagem era dura, o povo criara resistência ao profeta e consequentemente, á palavra de Deus, da mesma forma, muitos hoje estão rejeitando a palavra por que olham para o mensageiro.
     b) Abandono à voz do Senhor, 5: 21. Jeremias faz uma oração, pedindo a Deus que ele mesmo atue na vida do povo estava tão afastado dos propósitos divinos: “Converter-nos a ti, Senhor, e nós nos converteremos”. Além de cometer pecados como a da idolatria, a mentira do roubo, etc, o povo também tapava os ouvidos a voz de Deus. É um grave perigo descuidar-se da vida espiritual.
III - LAMENTO PELO PRÓPRIO PROFETA: “O FILHO DE SIÃO”
     Após lamentar por Jerusalém e pelo povo, Jeremias faz um lamento por si mesmo: “Eu sou o homem que viu a aflição pela vara de seu furor”, 3:1. “Já se consumiram os meus olhos com lagrimas”, 2:11. Um dos aspectos trágicos apresentados por Jeremias em suas lamentações é o de que os inocentes são, com frequência, envolvidos com os culpados nas consequências do pecado. Jeremias se reporta a si mesmo, mostrando que havia muita gente sofrendo, inclusive ele mesmo. A tristeza que descreve no cap. 1:12 se liga ao cap. 2:12 onde as lembranças e o que aconteceu com as crianças pequenas durante o cerco de Jerusalém eram muito fortes. As cenas horríveis descritas nesses textos são evidencias obvias de uma testemunha ocular, que parece estar tão chocada e revoltada pelo que viu e que é incapaz de esquecê-las. As crianças, em seus últimos suspiros, estavam pedindo comida. Enquanto procuravam restos de alimentos nos entulhos, desfaleceram. Aquilo tudo era motivo de sobra para Jeremias se derramar em seus lamentos. Tais cenas trágicas foram um forte contraste com o ideal das crianças felizes e despreocupadas brincando nas ruas de Jerusalém, o que é prometido à nação quando ela for restaurada, Zc. 8:5.
APLICAÇÃO
     Como vamos reagir nos tempos de crises e dificuldades? Jeremias nos ensina que nunca devemos nos esquecer de que Deus é cheio de misericórdia, 3:22. Por isso, Ele mesmo proverá o escape nas horas de angustias. Nunca deveremos nos desesperar, 3:26. E se a inquietação e a ansiedade surgirem, resta-nos o caminho da oração. 3:29

6.8.13

Focalize e Realize

          É necessário esforço para focalizar a sua mente – não esforço físico mas mental. Apesar de parecer difícil, você pode, através da prática e experiência se tornar melhor e melhor em manter a sua mente focalizada. Vale a pena o esforço. James Gardner

          Muitos retrocessos e desapontamentos têm como resultado a inabilidade de manter a sua mente focalizada. Considere quantas vezes você tem permitido que a sua mente vagueie em distintas direções. Pense nas muitas coisas que você decide fazer, mas nenhuma ação é tomada naquela direção. Agora, imagine quão sólida e eficientemente você poderia ser se focalizasse em uma coisa e nela permanecesse até que fosse realizada. O poder de uma mente focalizada é simplesmente tremendo!

          Aparentemente foco é algo difícil. O mundo está cheio de distrações e são muitas as vozes que reclamam pela sua atenção, e você pode naturalmente ser atraído por tais vozes. Mas, essas vozes podem ser superadas com vontade, determinação e intencionalidade. Pratique permanecer focalizado por períodos cada vez mais longos. Faça disso sua prioridade e logo o seu foco virá com maior rapidez e naturalidade.

          Mantenha-se focalizado. Coloque a sua substancial energia numa específica e positiva direção. Essa é a melhor coisa que você pode fazer para melhorar a qualidade da sua vida e do mundo ao seu redor.

Um pouco sobre discípulo e discipulado

Discípulo – (Em hebraico, limmudh; em grego, mathetes; em latim, discipulus – pupilo’, ‘aprendiz’).

No antigo testamento, o vocábulo aparece geralmente nas diversas versões uma vez (Is. 8:16), mas a mesma palavra hebraica é traduzida por ‘eruditos’ em Is. 50;4, e por ‘ensinados’ em Is. 54:13. ‘Discípulos’ (1 Cr 25:8) vem da mesma raiz. A relação entre o mestre e o discípulo era uma característica comum do mundo antigo, onde os filósofos gregos e os rabinos judeus reuniam em torno de si grupos de aprendizes e discípulos.

Nos tempos do novo testamento, uma pratica semelhante tinha prosseguimento, e a palavra significa em geral aqueles que aceitavam os ensinamentos de outro – exemplo, de João Batista (Mt 9:14; Jo 1:35), dos fariseus (Mc. 2:18, Lc. 5:33), e de Moisés (Jo. 9:28). Seu uso mais comum era para denotar os aderentes de Jesus: Quer no sentido geral (como em Mt. 10:42. Lc. 6:17; Jo. 6:66), quer referindo-se  especialmente aos doze (Mt 10:1; 11:10), que tudo abandonaram   a fim de segui-lo. Fora dos evangelhos, as únicas outras ocorrências neotestamentarias do termo aparecem no livro de Atos, onde descreve os crentes, aqueles que confessam a Jesus como Cristo (6:1,2,7; 9:36 (feminino Mathetria), 11:26) torna-se ou fazer um discípulo (de)’, é encontrada em Mt. 27:57; 28:19.

Os dois filhos. Certa pesquisadora e analista de comportamento estava concluindo um trabalho que propusera realizar para avaliar qual o fim das decisões das pessoas, e os efeitos das vivencias dentro de casa no dia-a-dia e o resultado disso no futuro das famílias.
Em sua pesquisa encontrou dois irmãos, criados juntos, oriundos de um mesmo ventre, separados por apenas uns poucos anos de vida. Um dos irmãos era profundamente revoltado e o que experimentara na vida justificava seus comportamentos, dizia ele. Quando menino, dizia, ‘meu pai chegava em casa bêbado, espancava minha mãe, batia nos meus irmãos e em mim, jogava a comida fora, praticava todo tipo de maldade, e isso me fez ficar revoltado e hoje não consigo um bom trabalho, já me separei da esposa, sou uma pessoa infeliz graças ao cenário vivido quando criança e exemplos do meu pai’. Terminadas as explicações, a pesquisadora foi ao irmão desse primeiro indivíduo e notou que seus comportamentos eram diferentes, inclusive observou que esse irmão era um empresário bem sucedido, morava numa casa boa, família bem estruturada, enfim, se fosse fazer uma análise mais cruenta, nem dava para acreditar que esse era irmão daquele primeiro mencionado. A pesquisadora fez a mesma pergunta que fizera ao primeiro: Porque você vive dessa maneira tendo o passado que teve? Perguntou a pesquisadora; Aquele irmão mais novo respondeu: ‘Quando eu era criança e via meu pai chegando bêbado à minha casa, batia em minha mãe, espancava a todos, jogava a comida fora e praticava todo tipo de maldade, eu disse que escreveria uma história diferente da que ele estava escrevendo. Amaria minha esposa, trataria bem as pessoas com as quais convivo todos os dias e as que esporadicamente passassem por mim, trataria bem meus funcionários, isso porque não queria ter os comportamentos que meu pai tinha e nem viver aquele modelo. Hoje sou como sou.
Aquela pesquisadora concluiu que nossos comportamentos são determinados pelas decisões que tomamos quanto à maneira que queremos viver e não pelo que as pessoas nos impõem ou as circunstâncias determinam. Bem que aquele filho tinha tudo para ser como seu pai no quesito comportamento, mas não o quis.
Com isso concluímos que os filhos reproduzem suas vivencias, experiências da infância, e aquilo que lhes fica impregnado na formação da sua personalidade, personalidade que segundo estudiosos de comportamento, vai desde o ventre até os sete anos de idade, para os demais anos de sua existência. Alguns conseguem superar seus próprios traumas, lembranças traumáticas registradas no consciente, subconsciente ou no inconsciente, superar dores que estão escondidas onde ninguém consegue entrar, exceto a própria pessoa e com muita dificuldade ainda.
São filhos muito parecidos com os pais, mas tendo um conteúdo experimental diferente. Afinal, cada pessoa é uma na face da terra e na vida é assim mesmo: cada qual escreve sua própria história. Embora tendo a fisionomia dos pais, alguns trejeitos aprendidos dentro de casa, cacoetes que os filhos carregam dos pais, ainda assim cada um vai viver sua própria experiência. É a partir dessa decisão de cada um que a pessoa vai se tornando um individuo consciente e autor da sua própria historia. Ninguém pode decidir por mim além de mim mesmo. Se eu decidir ser um cidadão do bem, está decidido; ninguém jamais vai conseguir mudar uma decisão pessoal a não ser eu mesmo.

                                     Do livro: "Filho de Deus ou filho do reino?" no prelo.