23.9.13

A glória de Deus

A glória de Deus


 Ezequiel 43:1-9

Eis que do caminho do oriente vinha a glória do Deus de Israel; E a sua voz era como um ruído de muitas águas, e a terra resplandeceu por cauda de sua glória”.


A glória de Deus era a manifestação visível de sua presença entre seu povo. Algumas vezes era acompanhada de fenômenos físicos e sempre trazia muito temor. Moisés afirmou que a manifestação da glória do Senhor era como um fogo consumidor, Ex. 24:17.

Assim como o Espírito Santo é a presença de Deus conosco, a expressão glória do Senhor no Antigo Testamento significa a presença permanente de Deus entre seu povo.

I - SUA ORIGEM

Depois das referências à glória de Deus no período do Êxodo, ou quando Salomão consagrou o templo, II Crôn. 7, ou ainda por ocasião do chamado de Isaias, o assunto novamente aparece em Ezequiel 43. O templo está derribado, todavia, na visão do profeta, foi reerguido. Ezequiel está fisicamente na Babilônia, mas, em espírito, na cidade santa. Em visões “me levou a porta, a porta que olha para o caminho do oriente...” vs. 1e 2.

Essa descrição foi feita por Ezequiel “no ano vinte e cinco do cativeiro, dia dez, catorze anos depois que Jerusalém foi ferida”, 40: 1. A imundice religiosa praticada pelo povo havia feito Jeová sair pela mesma porta pela qual agora Ele iria entrar, 10: 19. Os querubins aparecem à porta do oriente, a glória do Senhor se põe sobre eles no alto e eles levam a glória embora. Mas agora, o profeta vê e diz: “Eis que a gloria do Deus de Israel Vinha”.

a) Do caminho do oriente, 43:2. Naturalmente o caminho por onde a glória havia saído. Precisamos igualmente desejar que essa glória esteja sobre nossas vidas;

b) Como a voz de muitas águas, v. 2. Essa era a maneira de Deus falar com autoridade e através de muitos meios, Hb. 1: 1. A voz de Deus não deve ser discutida ou questionada, mas ouvida, Gn. 3:8-10;

c) A terra resplandeceu por causa da sua gloria, v.2. Muitas perguntas serão esclarecidas e muitas necessidades que estão sem provimento serão atendidas quando a gloria de Deus resplandecer.

II - SEUS OBJETIVOS

Ao manifestar sua glória, Deus tinha objetivos específicos que Ezequiel entende com clareza:

a) Produzir temor, 43: 3. “E me prostrarei com o rosto em terra”. Um dos objetivos claros manifestos por Jeová era a produção do temor. De nada valeriam todas aquelas manifestações, se não houvesse temor, respeito, reverencia. Quando Ezequiel viu a gloria entrando no templo “caiu sobre o rosto”.

b) Encher p templo, v. 5. “...E eis que a glória do Senhor encheu o templo”. Com a entrada da glória do Senhor acabou o vazio. Templo vazio, só a glória do Senhor será capaz de enche-lo! Somos o templo do Espírito.

c) Morar no templo, v. 7. “Este é o lugar do meu trono, o lugar das plantas dos meus pés, onde habitarei no meio dos filhos de Israel para sempre”. Como estava o povo entrando e se comportando no templo nos dias de Ezequiel? Certamente que com pouco respeito, Ec. 5: 1. O templo é a habitação continua de Jeová. Ele está no templo, onde se manifesta, e quer que todos, ao se reunirem para o culto, saibam que Jeová tomou posse do “lugar das plantas dos meus pés”.

d) Eliminar as contaminações, v. 9. Eram elas:

+ as prostituições - No antigo testamento, todo culto idólatra era chamado de prostituição, 43:7;

+ os cadáveres dos seus reis - Preservavam embalsamados os corpos dos homens que haviam pecado fortemente contra o Senhor e foram enterrados no templo, v.7;

+ nos altos - eram os lugares onde praticavam seus cultos e com eles toda sorte de coisas detestáveis.

Só a glória de Deus seria capaz de produzir uma mudança completa de vida. Há muitos que não conseguem mudar de vida porque não tiveram uma experiência com a glória de Deus e nem sabem para que ela existe.
 III - SEU RESULTADO

Entre as muitas maneiras como a glória de Deus foi manifestada, devemos relembrar a expressão “para sempre”, do v. 9. Isso nos leva a entender que Deus desejava a presença permanente da sua glória no meio do povo e não momentâneamente. A glória não faria uma visitação só nas horas de culto como ao estilo antigo, quando Salomão inaugurou o templo, mas o desejo de Deus era que os ministrantes do templo propiciassem condições para que a gloria (entendida como a presença de Deus) ficasse permanentemente com eles.

APLICAÇÃO

A glória de Deus (Shekiná) que se manifestou entre os Hebreus igualmente hoje se manifesta no meio da igreja.

Deus era visível por meio de uma nuvem de dia, Êx.13:21 e de uma coluna de fogo a noite. Igualmente no meio da igreja, Jesus é a “glória que habita” entre nós, Jo. 1:14. Hoje esta glória está presente conosco, falando, agindo, transformando vidas. O próprio Jesus está sempre no “meio” da igreja, Ap. 1:13 e 20 , e não só no momento da Santa Ceia. Ele revela a “glória” de Deus para os homens.

Todos podemos sentir a presença manifesta do Senhor em nossos corações , corpo e em toda nossa vida. Vivemos não debaixo da nuvem, mas da graça de Jesus. “E todos nos recebemos da sua plenitude, e graça por graça”, Jo. 1: 16.