6.8.13

Os dois filhos. Certa pesquisadora e analista de comportamento estava concluindo um trabalho que propusera realizar para avaliar qual o fim das decisões das pessoas, e os efeitos das vivencias dentro de casa no dia-a-dia e o resultado disso no futuro das famílias.
Em sua pesquisa encontrou dois irmãos, criados juntos, oriundos de um mesmo ventre, separados por apenas uns poucos anos de vida. Um dos irmãos era profundamente revoltado e o que experimentara na vida justificava seus comportamentos, dizia ele. Quando menino, dizia, ‘meu pai chegava em casa bêbado, espancava minha mãe, batia nos meus irmãos e em mim, jogava a comida fora, praticava todo tipo de maldade, e isso me fez ficar revoltado e hoje não consigo um bom trabalho, já me separei da esposa, sou uma pessoa infeliz graças ao cenário vivido quando criança e exemplos do meu pai’. Terminadas as explicações, a pesquisadora foi ao irmão desse primeiro indivíduo e notou que seus comportamentos eram diferentes, inclusive observou que esse irmão era um empresário bem sucedido, morava numa casa boa, família bem estruturada, enfim, se fosse fazer uma análise mais cruenta, nem dava para acreditar que esse era irmão daquele primeiro mencionado. A pesquisadora fez a mesma pergunta que fizera ao primeiro: Porque você vive dessa maneira tendo o passado que teve? Perguntou a pesquisadora; Aquele irmão mais novo respondeu: ‘Quando eu era criança e via meu pai chegando bêbado à minha casa, batia em minha mãe, espancava a todos, jogava a comida fora e praticava todo tipo de maldade, eu disse que escreveria uma história diferente da que ele estava escrevendo. Amaria minha esposa, trataria bem as pessoas com as quais convivo todos os dias e as que esporadicamente passassem por mim, trataria bem meus funcionários, isso porque não queria ter os comportamentos que meu pai tinha e nem viver aquele modelo. Hoje sou como sou.
Aquela pesquisadora concluiu que nossos comportamentos são determinados pelas decisões que tomamos quanto à maneira que queremos viver e não pelo que as pessoas nos impõem ou as circunstâncias determinam. Bem que aquele filho tinha tudo para ser como seu pai no quesito comportamento, mas não o quis.
Com isso concluímos que os filhos reproduzem suas vivencias, experiências da infância, e aquilo que lhes fica impregnado na formação da sua personalidade, personalidade que segundo estudiosos de comportamento, vai desde o ventre até os sete anos de idade, para os demais anos de sua existência. Alguns conseguem superar seus próprios traumas, lembranças traumáticas registradas no consciente, subconsciente ou no inconsciente, superar dores que estão escondidas onde ninguém consegue entrar, exceto a própria pessoa e com muita dificuldade ainda.
São filhos muito parecidos com os pais, mas tendo um conteúdo experimental diferente. Afinal, cada pessoa é uma na face da terra e na vida é assim mesmo: cada qual escreve sua própria história. Embora tendo a fisionomia dos pais, alguns trejeitos aprendidos dentro de casa, cacoetes que os filhos carregam dos pais, ainda assim cada um vai viver sua própria experiência. É a partir dessa decisão de cada um que a pessoa vai se tornando um individuo consciente e autor da sua própria historia. Ninguém pode decidir por mim além de mim mesmo. Se eu decidir ser um cidadão do bem, está decidido; ninguém jamais vai conseguir mudar uma decisão pessoal a não ser eu mesmo.

                                     Do livro: "Filho de Deus ou filho do reino?" no prelo.

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