21.2.11

A Crônica do Pernilongo


(não sei se era pernilongo ou se era sobre políticos que queria escrever)
          Em uma dessas noites calorentas, acordei assustado com tanto barulho que fiquei ao mesmo tempo paralisado, mas tive que me mexer. Era uma zoeira de pernilongos que produzia um incomodo insuportável. A primeira decisão que tomei foi logo acender a luz do abajur. Pensei: quem sabe isso afugente um pouco esses medíocres que ficam fazendo essa barulheira. Que nada! Aquela luz parece que clareou os vôos e ajudou direcionar os objetivos daqueles famigerados. Pensei de novo: “vou acender a luz central”. Deu certo porque com a situação mais clara, consegui ver quem era quem no meio da zoeira. Vi pernilongos que subiam e desciam sem rumo e sem propósitos, mas fazia o mesmo barulho.Vi alguns poucos voando acompanhados. Pensei de novo: será que estão voando juntos por causa do medo! Tinha também alguns bem magros e outros que haviam sanguinariamente conseguido engordar um pouco. Observei que, por causa da luz, eles começaram a desaparecer. Não entendia porque alguns não gostam de claridade, ou seja, que se acenda o farol neles. Ah! Vi alguns que já estavam escondidos atrás do armário; esses já haviam experimentado um pouco do seu suculento alimento e agora estavam degustando às escondidas o que conseguiram. Percebi também que alguns outros queriam me sugar mesmo com a luz acessa; Para dizer a verdade, esses incômodos além da zoeira, deixam a gente todo marcado. Observei que lá meio às escondidas havia um que tinha sugado bem, mas se sentia em condições de continuar sugando caso tivesse uma oportunidade. Que pernilongo sagaz aquele. Queria pegar uma carona com um outro que estava bem ao lado, mas era magrinho.
          Que noite! Quantos pernilongos! Que vida! Fiquei pensando: ‘será que existe um veneno, um exterminador, uma fumaça que expelisse isso?’ Alguém que saiba um jeito de diminuir essa zoeira, que possua um silenciador, que descubra uma fórmula, que alimente os famigerados, que os faça sugar menos, ou que pelo menos diminua a quantidade. Não posso acreditar que existam criadouros de pernilongos, mas, pela quantidade deles, estou quase mudando de idéia. Perguntei: será que nas outras cidades a situação é a mesma daqui?
          Meu protesto é de olho aberto! Falei: Não vou dormir mais nessa noite longa e barulhenta, enquanto não forem tomadas as devidas providencias. Esses sanguessugas vão receber por isso que estão fazendo !!!
         Já que ninguém toma providências, eu tomo as minhas.

Isac Pereira
Cronista de uma noite em claro!

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